quarta-feira, 3 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009


Estranho é quando não se segue padrões da sociedade, passando a sobreviver aos olhos de quem devora tudo que é seu. Então não sei definir se somos estranhos fugindo da solidão ou encarando a dor de almas vazias. A vida, por mais simples que seja é uma busca movida por um corpo estranho, que habita dentro de nós e desperta ao longo da linha da vida. Cada pessoa, uma vida. Cada vida, um gesto. E por mais que sejam diferentes há algo em comum entre eles. Pode-se não enxergar, mas pode-se sentir ou apenas ser livre para despertar seu próprio corpo estranho. É comum em todas as vidas e invade nosso interior sem pedir permissão, desencadeando reações que nos fazem muitas vezes reféns da nossa própria imaginação. É difícil decifrar a imensidão desse corpo estranho, que tem os dois lados da moeda. Contudo, desde o momento em que nascemos, por mais diferentes que sejamos, somos todos portadores de um corpo estranho chamado AMOR.

segunda-feira, 1 de junho de 2009


Introdução

A sociologia do corpo dedica-se a compreensão da corporeidade humana como fenômeno social e cultural, motivo simbólico, objeto de representações e imaginários.
O corpo é um vetor semântico pelo qual a evidencia da relação com o mundo é construída, ou seja, antes de qualquer coisa a existência individual e coletiva é corporal.
A socialização da experiência corporal começa a partir do nascimento do individuo e tem seu ápice na adolescência, portanto a expressão é socialmente modulável.
Um novo imaginário do corpo surgiu no final dos anos 60, uma literatura surrealista convida “libertação do corpo” . A crise de significação de valores abala a modernidade, exalta o dualismo entre indivíduos e corpo. Porem a sociologia do corpo estava implícita desde o inicio do pensamento sociológico, principalmente dentro do ponto de vista critico.

Capitulo I

Existem três maneiras de encarar a corporeidade humana que ainda hoje persistem na sociologia: uma sociologia implícita, outra em pontilhado e por fim a do corpo.
A sociologia implícita surgiu durante a revolução industrial, sec. XIX, período em que se iniciaram as ciências sociais, formuladas por J.M. Berthelot. Esta trata da condição do ator em diferentes ângulos de abordagem porem sem negligenciar a profundidade carnal do homem.
Homem este que é originado do meio social e cultural sem se negar a condição humana física. Autores como Villermé, Buret, Engels e Marx, retratam com espírito reformador a miséria física e moral das classes trabalhadoras, bem como das condições de trabalho infantil. Ainda, o corpo com caráter social carrega consigo referencias revolucionarias diante de tais situações de insalubridade, pois a corporeidade esta alem de ser apenas um objeto de estudo, isto acontece por estar ligada aos problemas de saúde publica ou de relações especificas de trabalho.
Seguindo a ideologia baseada em métodos científicos sistematizados, o mundo obedeceu a uma ordem biológica onde tudo tem que ser padronizado. Assim as qualidades do homem são reduzidas a feição do rosto ou as formas do corpo.
Para Durkheim a dimensão corporal do homem depende da organicidade, sendo assim, a corporeidade se torna muito mais de responsabilidade medica e biológica do que sociológica. Em oposição a isto Max Weber desconsidera o conceito de corpo, tendo como base o pensamento de Noetzsche e Simmel (vontade de poder expressa na luta entre valores antagônicos e sensorial).
Já a psicanálise rompe o vinculo que mantinha o corpo dependente do organismo. Freud revela a maleabilidade deste e sua linguagem onde é expressa as relações individuais. Ele torna a corporeidade compreensível como matéria modulada pelas relações sociais e inflexões pessoais, assim como introduz o relacional a corporeidade.

Capitulos II e III

O que é...
“Qualquer questionamento sobre o corpo requer antes a construção de seu objeto”, com essa expressão, o autor procura explicar os diversos significados dados e gerados pela observação do corpo no meio social; O que resulta em duas grandes ambigüidade presentes em outras duas expressões que são: “dar carne ao homem”, ou ainda “dar corpo ao homem”, abordado em todo questionamento de Breton, e nas diversas concepções dos sociólogos que estudam com esse objeto tão real e tão abstrato: o corpo.
O corpo vai além de simples reações químicas, combinações fisiológicas, ou formas anatômicas desvendadas pelas ciências biomédicas; Antes é um complexo dotado de riqueza dentro de três dimensões: cultural, pessoal e social, sendo fruto (ainda que passível de mudanças), de um determinado processo de vida que vai dando uma forma e um sentido individual muito além do físico, sobretudo simbólico ao corpo.

Como é visto...
Com o desenvolvimento das ciências na história, assim como a cultura das fronteiras sociais mundiais, atribui-se ao corpo diversos valores conforme a identidade cultural de cada um, destacando-se, por exemplo, o caráter oriental dotado de cultura e tradição, em que os valores são expressos dentro da moralidade que esse povo carrega, e o corpo passa a fazer parte do organismo social, sendo ele um reagente e produto sem separação.

O imaginário social
Ao identificar o corpo em uma sociedade, observamos sua relação com o homem e com o social e seus constituintes, então nos deparamos com a variabilidade cultural que ele pode assumir e a essa infinidade damos o nome de imaginário social. A imagem que ele produz está de acordo com a sua sociedade, e assim é diferentemente visto por outra sociedade e se comunica através de sua matéria simbólica. O imaginário do corpo ocidental é extremamente individualista, enquanto o oriental tenta a preservação do coletivo e da sua imagem holística.

O que a sociologia tem a ver com isso?
Não existe uma fórmula pronta para a definição e a abordagem do corpo. Além disso, a maioria dos sociólogos acaba separando o corpo do homem, afim de mais uma vez analisa-lo de uma forma fragmentada imitando os moldes biomédicos. Contudo, deve-se compreender como objetivo principal da sociologia, a corporeidade enquanto estrutura simbólica e assim destacar as representações, imaginários, desempenhos e limites que aparecem como infinitamente variáveis conforme as sociedades.

A Sociologia do corpo
Uma sociologia ligada ao corpo reúne condições necessárias para seu exercício: um conjunto de fatos sociais e culturais está organizado ao redor significante corpo. Três formas de pesquisa são aceitas atualmente: a “sociologia do contraponto” – que deixa de lado vias privilegiadas da apreensão do social (instituições, classes, grupos), para assim colocar em evidência planos privilegiados de projeção. O corpo funcionará como uma espécie de analisador. A segunda é a “sociologia do a propósito” que traz algumas idéias relativas à corporeidade, mas que não são fundamentais na construção da pesquisa. E a terceira, a “sociologia do corpo”- consciente de seus riscos, porém ao serem afastados dela descobre-se um mundo a ser pesquisado, trazendo análises referentes a outros campos.Uma grande dificuldade apresentada pela sociologia do corpo consiste na proximidade com outras sociologias aplicadas à saúde, à sexualidade, à atividades físicas e esportivas, etc. O risco é que uma vez que o pesquisador não tenha definido com precisão seu caminho de pesquisa, sua pesquisa perpasse por várias sociologias, e consequentemente, seu objeto seja perdido. Esse risco pode ser afastado se houver rigor das ferramentas empregadas, podendo assim confrontar com diferentes abordagens sociológicas. De modo generalista podemos definir o corpo não como uma instituição autônoma (Estado ou a família), mas por uma metodologia qualitativa

Capítulo IV

O texto abrange os campos de pesquisa específicos da sociologia, o capítulo aborda algumas áreas que já foram um pouco estudadas e mostra exemplos práticos da vida cotidiano.
O pioneiro nos estudos sobre a sociologia foi M. Mauss, entre seus estudos destaca-se alguns gestos que são encorporados por diferentes sociedades e gerações.
Existe normas explícitas que guiam as pessoa no modo de agir, essas normas são denominadas de etiqueta corporal. Quando ocorre uma ruptura das convenções, ou seja, quebra as regras de etiqueta acontecem as ações evasivas, como risos, pedidos de desculpa, ou seja, uma pessoa cometeu uma gafe.
O corpo está preso a rituais que são impostos nas pessoas, costumes que ela devem seguir, ou seja, um corpo estranho que está fora dos padrões de algum lugar, é considerado um corpo estrangeiro - a proxemia – ou seja, os diferentes tipos de espaço que as pessoas se interagem, povos e culturas mantém diferentes padrões de espaço pessoal .
George Simmel no Ensaio sobre a sociologia dos sentidos iniciou um estudo que apontava para a importância da mediação sensorial nas interpretações sócias. A configuração dos sentidos, tonalidade e contorno de seu desenvolvimento são de natureza não somente fisiológica, mas também social.
As perspectivas utilizadas pelo autor durante a vida são de fruto do condicionamento social. Como exemplo, as sensações produzidas pela maconha não são necessariamente agradáveis, como para as ostras ou o dry Martini, o gosto para essas sensações é socialmente adquirido, assim como as condutas de higiene e as relações imaginárias de limpeza ou de sujeira são desiguais perante as sociedades, culturas e classes sociais.
A marcação social e cultural do corpo pode se caracterizar por marcas e/ou escritas diretas na pele do indivíduo. Ela pode ser feitas nas formas de remoção, deformação ou de acréscimo como por exemplo: tatuagens, maquiagens, cicatriz, constrição do ventre por bandagem apertada, alongamento do lóbulo das orelhas, uso de jóias ou de objetos rituais que deformam o corpo. Essas marcas corporais integram simbolicamente o homem no interior da comunidade.
Diversos pesquisadores detêm-se no limite de nossas sociedades, não percebendo nelas o exercício da eficácia simbólica e só percebendo a objetividade da eficácia médica. Por conta disto grande número de pessoas escolhem outras vias terapêuticas, ligadas, por exemplo, ao ramo das medicinas paralelas.